Infraestrutura limpa e competitividade energética colocam o país no radar das big techs. IBM e ByteDance lideram movimentações rumo ao Nordeste. Fale Conosco
Com uma matriz energética limpa e abundante, o Brasil tem se tornado um dos destinos mais promissores para a construção de data centers voltados à inteligência artificial. A avaliação é de Rohit Badlaney, general manager global da IBM Cloud, que vê no país uma combinação rara de sustentabilidade e infraestrutura, capaz de atrair investimentos bilionários no setor.
“O mercado de IA passa por um movimento de sustentabilidade”, afirmou o executivo em entrevista à Exame. A análise ganha força em um momento em que o consumo de energia por data centers e servidores alcança patamares alarmantes. Além da eletricidade, essas estruturas demandam grandes volumes de água para resfriamento, elevando a pressão por operações mais verdes. E é nesse ponto que o Brasil se destaca.
Com mais de 80% de sua matriz elétrica proveniente de fontes renováveis, como hidrelétrica, solar e eólica, o país apresenta um diferencial competitivo relevante frente a outras economias emergentes e até desenvolvidas. Esse cenário tem impulsionado o interesse de gigantes da tecnologia, que buscam não apenas potência computacional, mas também alinhamento com práticas ESG.
IA e sustentabilidade: a nova equação global
A consolidação da IA como motor da inovação digital colocou os data centers no centro da disputa tecnológica global. No entanto, a expansão não pode vir a qualquer custo. Segundo Badlaney, a pressão por infraestrutura mais verde é crescente entre clientes, reguladores e a própria sociedade. O consumo desenfreado, sem compensações ambientais, está se tornando inaceitável.
“Achávamos que os modelos de fronteira tomariam o controle do mundo, que a Nvidia seria a única fornecedora para as empresas de IA. Mas não. A competição começa a ganhar força em todas as camadas”, destacou o executivo, sinalizando a diversificação da cadeia produtiva da IA e o aumento da competitividade global, que não se limita mais à performance dos chips, mas também à eficiência energética da operação.
ByteDance aposta no Brasil com data center no Ceará
Outro marco que reforça a tendência foi o anúncio da ByteDance, controladora do TikTok, que deverá instalar seu novo data center na cidade de Caucaia, no Ceará. O local foi escolhido estrategicamente pela proximidade com cabos submarinos de internet, facilitando a conectividade internacional, e agora também entra no radar global da infraestrutura digital.
Apesar de desafios climáticos locais, como o histórico de seca da região, o projeto prevê a construção de uma estação de tratamento de água em parceria com o setor privado. A promessa é utilizar apenas água de reúso no sistema de resfriamento, sem impacto direto para a população.
A iniciativa é parte de uma movimentação coordenada pelo governo federal, que desde o início do ano atua para atrair até R$ 2 trilhões em investimentos no setor. A combinação entre política fiscal, diplomacia econômica e credenciais ambientais transformou o país em terreno fértil para a nova geração de data centers.
Demanda energética em crescimento acelerado
Atualmente, o Brasil abriga cerca de 189 data centers em operação, responsáveis por aproximadamente 1,7% do consumo energético nacional. Com as novas construções previstas até o fim da década, a estimativa é de que esse número dobre, refletindo não só o avanço da IA, mas também o salto digital de empresas de todos os setores.
Neste contexto, infraestrutura tecnológica e responsabilidade ambiental não são mais temas separados. O país que souber alinhar energia limpa, conectividade global e políticas públicas de incentivo será o epicentro da próxima onda de inovação.
fonte: TecMundo
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