Empresas disputam os melhores profissionais de inteligência artificial em um cenário onde a velocidade do avanço tecnológico supera a formação de especialistas Fale Conosco
A revolução da inteligência artificial não espera. Em ritmo acelerado e com impactos profundos em todas as áreas de negócio, a IA tem sido protagonista de uma transformação que não dá espaço para acomodação. O desafio? Formar e reter talentos capazes de acompanhar essa velocidade. A demanda disparou, os profissionais especializados são escassos, e o mercado inteiro está em alerta.
As maiores empresas de tecnologia do mundo estão liderando essa batalha. Mark Zuckerberg, CEO da Meta, tem contatado diretamente especialistas para convencê-los a integrar sua missão rumo à superinteligência. A empresa chegou a oferecer bônus de até US$ 100 milhões para atrair talentos da OpenAI, e investe pesado em startups como a Scale AI, de onde saiu Alexandr Wang, agora à frente da área de superinteligência da Meta.
Do outro lado, o Google DeepMind oferece remunerações anuais de até US$ 20 milhões para manter seus pesquisadores. Elon Musk, por sua vez, movimenta o mercado para fortalecer sua iniciativa, a xAI, tentando atrair mentes promissoras para construir o futuro da IA sob sua liderança.
Mas essa guerra por talentos ultrapassa os limites do Vale do Silício. Trata-se de uma escassez estrutural e global, como mostram dados da Bain & Company: desde 2019, a procura por profissionais de IA cresce 21% ao ano. O motivo é simples e preocupante: o ritmo de avanço da tecnologia é maior do que o da formação de especialistas.
“A demanda não acompanha a oferta porque a gente não está conseguindo formar esse volume de profissionais na velocidade que a inteligência artificial exige”, afirma Angélica Madalosso, CEO da consultoria ILoveMyJob.
A formação tradicional em TI já não é suficiente. Joaquim Santini, especialista em transformação organizacional, reforça que o perfil ideal é multidisciplinar. “Há muito poucos profissionais formados com experiência na área, porque é tudo muito novo. Estamos falando de um período que começou em 2022, com a popularização da IA”, explica. “Esse profissional de IA hoje é escasso. Quem eu vejo que mexe muito bem com isso não são os profissionais de TI, mas os engenheiros, ou até mesmo os administradores. É um saber muito eclético.”
Além do desenvolvimento de produtos, a IA está sendo incorporada em áreas de suporte como RH, marketing, segurança e infraestrutura. Isso amplia ainda mais a demanda por habilidades específicas, inclusive em times que tradicionalmente não lidavam com tecnologia.
“É preciso profissionais que dominem a inteligência artificial não só para cuidar do produto, mas para otimizar processos das áreas de suporte”, afirma Angélica.
A nova mentalidade: AI First
Para os profissionais que querem se manter relevantes, o caminho é claro: mergulhar de cabeça na mentalidade AI First. O conceito se baseia em reorganizar o modo de trabalho tendo a IA como suporte e impulsionadora de produtividade.
“É essa mentalidade que as empresas estão buscando, mas não são todos os profissionais que estão conseguindo acompanhar essa curva de transformação do mercado”, afirma Angélica.
O primeiro passo, segundo ela, é simples: começar. “É ter ferramentas como ChatGPT e o Gemini no celular e usar para coisas básicas. Quando a gente começa a utilizar a inteligência artificial para tarefas repetitivas que não precisam da nossa análise tão crítica, isso nos dá tempo para fazer aquilo que a gente faz melhor.”
Santini complementa com uma verdade incontestável: só estudar não basta. “O profissional tem que ler, tem que estudar, tem que praticar. A inteligência artificial generativa não é um aprendizado cognitivo. Ela exige prática. É o que a gente chama de learning by experience. Se ele fizer dez cursos e não praticar, não adianta.”
Empresas também têm dever de casa
A formação de talentos não é responsabilidade exclusiva dos profissionais. As empresas que querem competir precisam investir, de fato, em capacitação.
“Se por um lado há uma falta de profissionais capacitados em IA, por outro as empresas ainda não estão se dedicando tanto quanto deveriam à capacitação dos funcionários internamente”, alerta Angélica. “Investir não é só colocar dinheiro, mas também dar suporte para que os funcionários possam dedicar tempo no dia a dia de trabalho para esse aprendizado.”
Transparência também é essencial. Segundo ela, muitas empresas já estão experimentando com IA internamente, mas falham em comunicar isso aos seus colaboradores e ao mercado. A orientação é clara: tornar as ações visíveis, compartilhar cases, colocar as lideranças em evidência, fomentar a participação em comunidades e posicionar a marca como uma referência no tema.
Novas funções estão a caminho
A velocidade da IA também tem dado origem a novas funções dentro das empresas, como o “chefe de agentes de IA”, profissional responsável por liderar sistemas agênticos, softwares com capacidade de tomar decisões autônomas.
“Essa função pode não existir na empresa hoje, mas será criada assim que os agentes de IA forem adotados pelas companhias”, afirma Santini.
A IA já transformou o presente. Agora, molda o futuro em tempo real. E essa nova realidade não oferece zona de conforto. Para empresas e profissionais, a palavra de ordem é: adaptação contínua. Quem não evoluir agora, corre o risco de simplesmente desaparecer da equação.
fonte: Época Negócios
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